10 informações imperdíveis sobre as farmácias no Porto: como funcionam, preços e dicas

10 informações imperdíveis sobre as farmácias no Porto: como funcionam, preços e dicas

Quer saber como que funciona para pedir um remédio na Farmácia? Você tem alguma doença grave que precisa de acompanhamento e medicação específica? Usa um anticoncepcional e não sabe se aqui ele existe? Não tem muita noção do valor das medicações aqui e está completamente perdido sobre o assunto? Nossa! SEI BEM como é isso, porque NUNCA achei nada sobre esse tema na internet. Calma, como já é de costume por aqui… vou te ajudar.

Logo que cheguei em Portugal, em agosto de 2016, eu adoeci de ficar de cama mesmo toda mole e febril. Por sorte, meus pais estavam aqui e puderam ir atrás de uma farmácia para mim. Só que, como comigo a sorte pega pesado mesmo, era domingo e todas as farmácias que meus pais iam, não entendiam porque estavam fechadas. E é aqui que vem a minha primeira dica:

1. Aos finais de semana, nem todas as Farmácias abrem

É isso mesmo que você leu, existem farmácias específicas que abrem nas determinadas regiões e as demais farmácias da área devem deixar, na porta, um papel com o endereço da farmácia mais próxima dali que está aberta e funcionando (“em serviço”). É uma forma rotativa de elas funcionarem – Isso que meus pais não tinham reparado na época e tiveram que rodar de farmácia em farmácia para encontrar. Agora que você já leu isso nesse post, sabe bem como que funciona – e tem até foto disso!

2. A revolucionária ideia de uma Farmácia 24 horas

Raro é encontrar, no Brasil, uma farmácia que não seja 24 horas ou que tenha o horário de funcionamento bastante estendido, não é? Pois então, aqui não funciona assim. Normalmente, as farmácias aqui têm um horário de funcionamento que abrem umas 8h30/9h e fecham umas 20h/21h, no máximo. Farmácias 24h, para mim, são lenda em Portugal – ok, direi no Porto que é onde vejo as coisas acontecerem e posso falar com mais propriedade. Acho que as minhas frases devem soar meio extremas para algumas pessoas, mas pfvr entendam o tom de brinks delas. Para não dizer que elas não existem, por exemplo, a Farmácia São João, que fica mesmo pertíssimo do Hospital São João, é 24 horas. Também, mal era que a farmácia em frente ao Hospital não tivesse um funcionamento prolongado – mas também é meio contraditório, uma vez que você tem o hospital.

Sobre as entregas, ponto que também incluiria aqui como ideia aparentemente inovadora, fui pesquisar e encontrei algumas farmácias que a fazem mediante uma taxa. Então, como exemplo para os curiosos que gostam de saber detalhes antes de ir para o lugar (como eu), aqui está o link.

3. Tenha uma farmacinha em casa

Essa é a diquinha da minha mãe e já fazíamos isso no Brasil #ValeuMãe. O que eu indico para você é: compre uma caixinha fofinha dessas no chinês e deixe uns remédios para que, em situações complicadas e de debilidade, você tenha uma relativa margem até ficar um pouco melhor e tenha que que ir à farmácia novamente. Até porque todo mundo sabe que as doenças e problemas aparecem nas piores horas, né nom. Fora as pomadinhas para corte, bandaid e aquelas coisas vibes “primeiros socorros”.

4. Aceitam receita do Brasil em farmácia de Portugal?

Existem algumas farmácias que sim, percebem que você está sendo acompanhada por um médico do Brasil e que, se tem uma receita, aí te vendem – mas normalmente estas são as farmácias que costumam receber mais turistas ou que têm mais noção de que nós, nem sempre, temos uma boa cobertura médica quando chegamos ou para alguns momentos aqui e algumas farmácias são sensíveis com relação a isso e nos vendem o remédio – ALO ALO GRAÇAS A DEUS! 

5. Camis, uso um anticoncepcional que não sei se tem aí em Portugal… me ajuda?

Meninas, eu sei bem como é essa insegurança de não saber se o medicamento que você usa existirá no outro país ou não, se é vendido apenas com receita médica e todas essas coisas. E não é como se fosse algo simples de mudar. Anticoncepcional é coisa seríssima e só deus sabe como é bom se dar bem com ele. Então, o que eu te indico é: pegue o “nome químico” dele. A composição mesmo. Vou mostrar para vocês o meu. O meu é o Elani Ciclo e o composto dele é “etinilestradiol 0,03 mg + drospirenona 3 mg”. Então, quando eu chego na Farmácia, sem saber se eles possuem esse tipo de medicamento, levo esse composto para eles e pergunto se eles possuem um anticoncepcional com a mesma composição. No meu caso, haviam 3 marcas que fazem (1 “original” e outras duas genéricas, sendo que uma delas vende um pacote para 3 meses). Aqui em Portugal e no meu caso, Elani Ciclo, se chama Aranka – que é a marca que vende o pacote com 3 cartelas (para 3 meses).

Ainda no meu caso, eu usava um anticoncepcional (Level), mas depois de alguns tempos o usando, já aqui em Portugal, tive que alterar, mas tudo com a ajuda da minha ginecologista no Brasil que me passou o anticoncepcional anterior por eu ter me adaptado bem a ele (Elani Ciclo). Por isso também já deixo aqui essa dica extra de miga: se for possível para você, mantenha contato com algum profissional do Brasil que já está ciente da sua situação. Até para tirar dúvidas de diagnósticos daqui ou de coisas que você possa estar sentindo e que podem ser facilmente resolvidas.

Fiz uma pesquisa de preço de leves (porque sou alok dos valores e porque gosto de “matar a cobra e mostrar o pau”) para falar uns valores de referência de medicamentos aqui: o Elani Ciclo que eu uso, agora (valores de maio de 2018), no Brasil, está custando de R$40 a R$42 (1 cartela) e R$97 a R$103 (3 cartelas). Aqui, o mesmo medicamento (Aranka), custa 8,22€ com 3 cartelas. Se colocássemos o Euro a 5 reais, ainda assim, o medicamento com 3 cartelas aqui em Portugal sairia por volta do preço do valor de 1 cartela no Brasil. SURREAL! E o anticoncepcional ainda pode sair de graça, mas isso é assunto para o ponto 7!

6. Medicamentos que não existem aqui

No Brasil (um minuto de silêncio pelo belíssimo gif), eu costumava usar dipirona sódica para as dores de cabeça, mas aqui em Portugal, como em muitos outros países, a dipirona sódica é proibida (quem quiser ler mais sobre isso, clica aqui). Como funciona, então? Fica com dor de cabeça mesmo? Claro que não, né more! Existe paracetamol e outros medicamentos que podem te ajudar com isso. No caso da famigerada cólica, costumava usar Atroveran ou Buscofem e estes medicamentos não existem aqui com esse nome. Existem medicamentos com ibuprofeno ou paracetamol que servem para dor, mas não são exatameeeente esses outros maravilhosos que temos no Brasil. Muita gente não tem uma boa adaptação com esses medicamentos aqui e costumava lidar bem com eles no Brasil. Se esse for o seu caso, já te indico que traga algumas várias cartelinhas para cá e, sempre que alguém estiver vindo para a Europa ou algum conhecido for para o Brasil e vá retornar, peça para reabastecer o seu estoque. hahaha PS: lembre-se da frase da mamãe “não confie em estranhos”, principalmente para o transporte de remédios, né. Mas, sua conta em risco 🙂

7. Compartipação em Medicamentos

Existe comparticipação do Estado no valor de alguns medicamentos aqui em Portugal e os valores podem decair até 90% (escalão A), 69% (escalão B), 37% (escalão C) e 15% (escalão D). As patologias que estão abrangidas pela tabela de comparticipação de medicamentos são:

• Paramiloidose
• Lúpus
• Hemofilia
• Hemoglobinopatias
• Doença de Alzheimer
• Psicose maníaco-depressiva
• Doença inflamatória intestinal
• Artrite reumatoide espondilite anquilosante
• Dor oncológica moderada a forte
• Dor crónica não oncológica moderada a forte
• Procriação medicamente assistida
• Psoríase
• Ictios

Para ler mais sobre toda essa questão de Comparticipação de Medicamentos pelo Sistema Nacional de Saúde Português, clique aqui. Para saber mais sobre medicações, clique aqui. O valor do desconto é dado mediante apresentação de receita médica que comprove a necessidade de tal medicamento. No caso do meu anticoncepcional, se eu fosse ao Centro de Saúde e pedisse através da receita, eu teria desconto e o valor do contraceptivo sairia bastante inferior (uma cartela com 3, ao invés de custas 8€ custaria por volta de 1€), então vale mesmo muito a pena. Outra coisa que pode acontecer é que o seu médico de família te encaminhar para a parte de “planeamento familiar” e, junto com a enfermeira, eles podem te dar o anticoncepcional. SIM, DAR DO TIPO DE GRAÇA FOR FREE DI GRÁTIS.

Até onde pude perceber, noto que há medicamentos que possuem o Preço de Venda ao Público (P.V.P.) definido e é igual em todas as farmácias; os remédios cujo preço pode ser determinado pelas farmácias, portanto variam um pouco o valor de uma para outra; e há aqueles remédios que possuem esse P.V.P., mas cujo valor cai com o uso de uma receita médica devido à comparticipação. Então, assim como para tudo nessa vida, em qualquer lugar do mundo (se você quer economizar): pesquisem e comparem preços entre as farmácias, meus caros! 

8. Pode pagar para mim

No Brasil, normalmente as farmácias possuem a parte em que o farmacêutico te ajuda com os remédios, algumas outras têm ainda aquela área de mil produtos de cosméticos, higiene e etc e tem a parte do caixa, né? Aqui, as coisas mudam um pouco. Não há esse “caixa”. O caixa já é no mesmo balcão do farmacêutico – e isso eu sempre tratei com naturalidade, até que uma farmacêutica conversou comigo que era um ponto que os brasileiros achavam esquisito por não ser assim no Brasil e aí eu realmente parei para pensar que é diferente. haha Então fica a dica. Vivendo e aprendendo.

9. O farmacêutico pode me prescrever um remédio?

Existe alguns medicamentos e alguns tipos de doença (tipo febre, gripe ou dor de garganta) que, em seus graus mais leves, são coisas comuns e não há motivo nem para você ir a um centro de saúde, certo? Então, você pode sim ir à farmácia e contar o que está sentindo. Na primeira vez que presenciei isso, eu estava com a garganta incomodando e o farmacêutico deu uma apalpada no meu pescoço para ver se tinha algo inchado ou sei lá e depois disso me receitou um remédio. É claro que, também nessa mesma onda de prescrição, eu tive um diagnóstico meio equivocado e já comprei uma pomada errada que acabou por piorar uma situação – e que ficou inutilizada depois. E isso é péssimo, porque acabamos gastando dinheiro com essas coisas, né? Mas depois disso aprendi a prestar mais atenção e a não aceitar tudo o que dizem. Ainda que fiquemos mais frágeis nestas situações, por estarmos sozinhos e por acharmos que o farmacêutico sabe mais do que nós, apenas você conhece o seu corpo como ninguém mais. Respeite-o e conheça-o.

10. Trazer uns remedjenhos do Brasél, pode?

Óbvio que você não vai fazer um contrabando de remédios, né, kiridos, mas você pode sim trazer remédios com você. Eu sempre, independente do lugar para onde vou, viajo com uma farmacinha de mão com as coisas mais essenciais (dor de cabeça, enjoo, dor de barriga, dores musculares, etc) e, caso seja uma viagem Brasil-Porto, peço para trazerem na mala (ou seja, despachando) uma série de remédios com os quais eu me dou melhor com a composição do Brasil e pronto. Como é, por exemplo, o caso dos buscofens e atroverans.

O que eu indico que vocês façam é: na última consulta que tiverem com algum médico, peçam para que eles receitem uma série desses remédios, pois, assim, se alguma autoridade, por qualquer razão, fique “afixionada” nos seus remédios, você pode dizer que está receitado por um médico brasileiro que te acompanha e etc. Eu fiz assim com alguns dos meus, mas é realmente muito difícil que algo do gênero aconteça. Na bagagem de mão, o que mais “pesa” na fiscalização são os líquidos ou pomadas/cremes, mas geralmente não tem grande problema. Agora, nada de spray e aerosol né mores, porque isso todo mundo já sabe que não podje.

Tem alguma dúvida sobre remédios ou algo que esqueci de colocar no post? Deixa um comentário e bora conversar! 😉